sexta-feira, 31 de julho de 2009

Realidade sócio-econômica brasileira – a visão de um metalúrgico – classe C

Politicamente, sente-se realizado pela reeleição do seu principal “mentor”, o representante da sua classe operária – Vsa. Excelência – do Partido dos Trabalhadores. Como a maioria do povão brasileiro que desconfiou do “discurso elitizado” do candidato adversário, ele mais uma vez se posicionou categoricamente reafirmando o seu voto de confiança, crendo que neste mandato as coisas irão se encaixar cada qual em seu devido lugar, que o mandato anterior foi para colocar a “casa em ordem”, inclusive deverá ser feito um remanejamento no perfil dos atuais colaboradores diretos do principal representante da Nação.

Economicamente, afirma categoricamente que alguns dos principais itens da cesta-básica tiveram baixas nos preços, admitindo a benfeitoria deste fato à atual administração nacional. Quando questionado sobre a situação de desemprego que assola o país, admite a falta de preparação por parte do profissional, questiona o desinteresse da empresa em relação a esta preparação, visualiza a oportunidade de cursos de especialização, mas como ele próprio, admite também a falta de interesse pessoal em buscar tais conhecimentos.

Como todo trabalhador com carteira assinada, ou seja, uma “vida estável” como ele mesmo afirma, o final-de-ano é a época mais rentável para colocar em prática os planos financeiros e realizar os “sonhos de consumo”, devido ao 13º salário, férias e como a empresa necessita nesta época do ano das suas “horas extras” que acabarão se somando aos valores acima mencionados. Tudo isso serão usados para satisfazer os tão esperados “sonhos de consumo” e também quitar possíveis dívidas acumuladas no decorrer do ano vigente.

Uma curiosidade em relação aos tais “sonhos de consumo”, refere-se à inclusão dos últimos lançamentos da tecnologia de uso pessoal: MP4, troca do aparelho de TV por um modelo “widescreen”, sem contar com o “upgrade” do PC do filhão que “exige” um aumento de memórias, uma placa de vídeo mais possante e um gravador de DVD, e caso haja um “desvio no orçamento”, simplesmente é só fazer em longas prestações que serão quitadas no “pacote de benefícios salariais” do próximo ano, dando prosseguimento ao “círculo de condições estáveis de um metalúrgico com carteira assinada”.

Se houver uma quebra deste “círculo” por meio de uma demissão, isto não chega a ser um problema grave, já que neste ramo se sente seguro pelo grande número de empresas metalúrgicas e “ em último caso” como afirma, terá de se interessar e buscar cursos de especializações neste ramo.

Artigo – disciplina: Português Técnico – FATEC 2006

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