domingo, 28 de novembro de 2010

amor é prosa sexo é poesia - arnaldo jabor






uma ótima leitura para se concluir num único final de semana...são crônicas selecionadas no mais alto teor de bom gosto...pura diversão e inteligência...jabor têm uma forma de escrever simplesmente incrível!!!!

vou dar uma palhinha...se vc naum for um rato de biblioteca = a mim..hehee...ou se for desses pobres brasileiros sem verba para comprar um livro...algo taum baratinho...taum valorizado num país como esse brazil!!!



O chato é antes de tudo um forte (p.42)

"Uma vez, tinha um chato no celular ( grande tipo novo, o chato do celular ) e eu tomando um cafezinho no aeroporto, oito da manhã, indo para Porto Velho, com conexões. Ihh... meu amor... sabe quem está aqui do meu lado?... o Jabor... éé... quer ver? Se vira para mim e: Fala aqui com minha namorada... o nome dela é Eliette. Esse é primo do chato-corno: Minha mulher te ama; dá um autógrafo pra ela... Escreve: Te amo, Marilu... ( o chato-mala nunca tem caneta ou papel ) : Escreve aqui mesmo neste guardanapo molhado..."

"Temos também o chato do elevador. Estou num elevador vazio, indo para o 20º. Entra um cara e me olha. Eu, precavido, já estou de cabeça baixa. Há uns momentos tensos de dúvida: Ele ousará falar?, penso eu: Falo com ele?, ele pensa. Passam uns andares. Ele não vai aguentar?, penso eu. Não dá outra. Você não é aquele cara da TV? Sou...ha ha..., digo, pálido, fingindo-me deliciado. Só que eu esqueci teu nome... Como é teu nome mesmo? É Arnaldo, digo eu, querendo enforcá-lo na gravata de bolinhas. Não... é outro nome... ah... é... Jabor... isso... porra, claro... E é você mesmo que escreve aquelas coisas...? E eu penso, sorrindo, simpático: Não; é a tua mãe que me manda lá da zona"

hahahaaa

Boa leitura...se quiser faça um dowload do livro..ehhee...nos 4shared da net...mas cá pra nós...ainda prefiro o "velho" livro de capa e folhas de papel..rsrss

Bom...aproveitando o gancho do novo-chato-do-celular...virou mania de novo pobre, falar ao celular gritando, fazendo você participar "involuntariamente" da sua vida particular (quero dizer, dela, da vida do novo pobre )...independente do seu lugar-comum...na rua...no shopping...no mercado...no ônibus, metrô, trem...as pessoas perderam o senso, se é quem tem ou conhecem essa palavra, de que ninguém é obrigado a participar das atuais "neuras" dos serumanos modernos. E agora , melhor ainda, ou pior, saum os chatos-nextel, os malditos pips...repete que corto a ligação...pips...ahhh naum to te escutando...pips...até as tiazinhas andam pipando ultimamente

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Desabafo político - Salvador Lopes - jornalista (autoria)

Olá! Como vai?

Tomei a liberdade de trocar uma ideia rápida contigo pelo email. O tema: eleições. Trata-se menos sobre eleição, na verdade, e mais sobre sentimento motivador do voto.

Votar, pra mim, tem sido sinônimo de uma luta constante de necessidades práticas do (eu) cidadão e de desejos do eu (sonhador), às vezes tão unificados, outras tão dissociadas.

Estranho dizer isso porque a vida tem solicitado cada vez mais que sejamos práticos, e que tenhamos atendidas nossas necessidades básicas. Só que, neste mundo atual, já não nos basta ter uma casinha, um carro, uma viagem boa nas férias e o filho bem cuidado.

Queremos mais, e acho que devemos querer mesmo. Não só por querermos individualmente termos mais (posses), mas porque ainda há uma disparidade tão grande de facilidades e acesso a bens (materiais e imateriais), serviços, e mesmo à cultura, que chega a assustar. Claro, precisamos também SER mais (melhores).

Tem sido motivo de frustração para muita gente não ter uma comida, uma roupa, e mesmo a casa, o carro e as férias que já mencionei. Para outros, um pedaço de pão já seria um semi-paraíso. Estranho também perceber quão a cultura pode ser libertadora, pois quanto mais conhecimento se adquire, mais damos valor ao pouco que já possuímos, e ao mesmo tempo, por contradição ou não, tomamos conhecimento, de que podemos mais. Percebemo-nos (generalizo porque encontro eco deste pensamento em outras pessoas) frustrados por não ter acesso a uma viagem mais longa para que nos embrenhemos em novas culturas, tenhamos novos ciclos de convivência, um vinho melhor para se tomar, um bem material adicional, a saúde em dia, o corpo firme, um amor do lado, o descortinar de novas perspectivas, e o reconhecimento profissional a coroar essas conquistas.

Como diria o slogan de um time de futebol, parafraseado por um político conhecido... A gente pode mais! É um chamado realmente envolvente, mas não entro no mérito da questão da intenção por trás dele. Aliás, como muitos já sabem, na maioria das vezes, a pessoa não vota neste ou naquele político, mas na imagem que faz dele – que geralmente não tem nenhuma relação com nossas aspirações.

Pode soar meio raso este meu desabafo, e de fato, pode ser. Queria mesmo era que alguém me apontasse novos pontos de vista, não só técnicos, mas também de outra ordem que ultrapassasse o conhecimento das práticas políticas fora da relação bem x mal.

Por ora, me satisfaço com o desabafo, até que alguém jogue mais alguma luz sobre o assunto.

Escrever sempre me fez bem, e ando aposentado da escrita que não seja àquela exigida pelo meu trabalho. As letras são, hoje, algo prático. Mas sempre foi também o depositário de minhas aspirações, devaneios, desabafos (como agora), enfim. E quis compartilhar um breve raciocínio nesta quarta-feira com algumas pessoas questionadoras, e que não precisam de um slogan político para pensar a política, a vida, a prática ou o sonho que nos aproximam ou distanciam do desejo e/ou da necessidade de votar.

Forte abraço e ótimo dia!

Salvador Lopes - jornalista - Assessoria de Comunicação - Divinópolis/MG